Ao convencer Sony a integrar Chrome em laptops Vaio, Google mostra estratégia mais agressiva contra Microsoft, Mozilla e Apple, dizem analistas.
O recente acordo da Sony em oferecer o navegador Chrome pré-instalado em sua linha de notebooks Vaio pode marcar o início de uma estratégia do buscador para que seu browser ganhe mercado.
A parceria é anunciada um ano após o Google ter feito bastante barulho ao oficializar o Chrome, mas sem atingir as expectativas iniciais de analistas.
“De fora, a ideia no ano passado era que o Google promoveria o Chrome muito mais do que realmente fez”, afirmou o analista do Gartner, Ray Vales, que esperava que o Chrome tivesse mais que os 2,8% de participação no setor em agosto, segundo dados da consultoria NetApplications.
“Com esse acordo, porém, o Google está sinalizando ao mercado e aos competidores que terá uma abordagem mais tradicional à divulgação do Chrome”, acrescentou. “Chamo isso de uma abordagem ‘Microsoftiana’ ao mercado”.
Um porta-voz do Google afirmou que a companhia está explorando maneiras de oferecer o Chrome em ainda mais computadores.
A analista da consultoria Forrester Research, Sheri McLeish, afirmou que a jogada representa uma mudança na estrategia do Google, já que acordos do tipo são “um caminho bem rápido para ganhar participação de mercado”.
McLeish chamou o acordo com a Sony de marco já que o Google conseguiu convencer fabricantes de PCs de que seu navegador é um real concorrente para o Internet Explorer, da Microsoft, o Firefox, da Mozilla, e o Safari, da Apple.
“Para que o acordo fosse oficializado, tenho certeza que o Chrome passou por rigorosos testes técnicos que garantiram que o browser era viável”, afirmou ela. “Poderia ser um grande risco para a Sony se, por exemplo, o Chrome não fosse seguro o suficiente para consumidores”.
Os analistas do Gartner e da Forrester concordam que o Google enfrentará uma longa difícil contra a Microsoft no setor de navegadores mesmo com o acordo com a Sony.
A principal razão está na participação de mercado do Internet Explorer, que, mesmo em queda nos últimos meses, atingiu 66,6% em agosto, segundo a Net Applications.
“Em termos de adoção do mercado, [o acordo com a Sony] não terá um grande impacto”, afirmou Vales. “Você não pode fazer um ataque frontal assim [contra o IE], ainda não”.
Qualquer concorrente em potencial do Internet Explorer enfrentará problemas no mercado corporativo, notaram os analistas, já que empresas não têm o costume de mudar com facilidade o navegador usado por seus funcionários.
Fonte: IDG Now