DomíniosEstreia de domínios livres, que permitirão URL com “.nomedaempresa”, é adiada para ICANN discutir questões envolvendo registro de marcas.
Programado para estrear oficialmente em março de 2010, o domínio gTLD, que permitirá que URLs sejam customizadas sem o tradicional “.com”, ficou sem data para estrear para que sejam debatidos mais a fundo questões envolvendo registro de marcas.

Tanto a decisão como os debates serão conduzidos pela Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), entidade responsável pelo controle mundial de domínios de internet.

O adiamento aconteceu, segundo a diretora de produtos, serviços e comunicação da ICANN, Karla Valente, pela existência de “certas questões de proteção de marca e conduta maliciosa que estão sendo aprimoradas” para que o órgão possa lidar corretamente.

Karla, brasileira contratada para ajudar a desenvolver o projeto dos gTLDs na matriz da ICANN, em Los Angeles, dá como exemplo o montante de dinheiro que grandes empresas precisariam gastar para garantirem que suas marcas não seriam exploradas por terceiros em diferentes tipos de domínio.

Pelos novos domínios genéricos, empresas se tornarão gerenciadoras do que a ICANN chama de nome de primeiro nível. Na prática, será possível criar e gerenciar domínios com a terminação “.nomedaempresa”, dispensando os tradicionais “.com”, “.net”, “.net” ou “.br”.

A liberdade permitida pelos gTLDs significa que tanto empresas como o ICANN presenciarão novos formas de registro de marcas que precisarão de mais estudos para evitar, por exemplo, gastos milionários em domínios para que o uso malicioso por terceiro que se aproveite de marcas registradas seja evitado, diz ela.

“O que a ICANN vai fazer para policiar estes registros e impedir que este problema se alastre? A questão é pouco mais complicada. Trata-se de uma coordenação técnica. Portanto, a Icann não pode fazer muito sobre o roubo de identidade online”, afirma Karla.

Órgãos que compõem o grupo serão convidados a enviarem propostas e debaterem as questões e caberá ao conselho da Icann decidir se debates mais aprofundados serão necessários ou se a entidade poderá votar para aprovar a oficialização dos domínios customizados.

Já que se trata de um domínio de primeiro nível, candidatos interessados nos gTLDs se diferenciação dos que hoje registram domínios convencionais tanto pelo contrato firmado com a Icann como pelo preço.

Segundo Karla, o contrato para gTLDs é oficializado por uma proposta de negócios, já que a empresa interessada será credenciada pela Icann para vender e gerenciar seu domínio customizado.

A questão financeira é ainda mais gritante: empresas terão que pagar 185 mil dólares para o registro do termo, além de uma taxa anual de 25 mil dólares para o ICANN, fora custos adicionais envolvendo duas empresas que brigam pelo mesmo domínio customizado, afirma ela.

O alto preço não inclui também a infraestrutura própria que a empresa terá que montar ao se comprometer “a ser algo que o NIC.br é hoje em dia”, citando o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, órgão ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil que registra e gerencia domínios brasileiros.

A abertura de um gTLD para livre escolha de empresas é a mais recente movimentação no ICANN para tornar o mercado de domínios mais competitivo e inovador, segundo Karla, após a aprovação de URLs com caracteres não latinos, para línguas como russo, árabe e sirílico e a intensificação na campanha pelo DNS SEC e pelo protocolo IPv6.

Fonte: IDG Now